terça-feira, 26 de maio de 2009

Marco Zero

Baracho
(1907 -1988)

Neste ultimo domingo fomos ensaiar no Marco Zero.

O Marco Zero, digo o monumento em si, é uma espécie de rosa do ventos bem colorida que fica no chão. De lá podemos avistar o parque de Brennand em cima dos arrecifes, a casa de banhos e do outro lado bem perto dos casarios antigos da cidade, os trilhos dos extintos bondes.

Num desses casarios fica o Instituto Cultural Banco Real onde estão expostas as fotos de Cafi: o céu de pernambuco na terra dos maracatus. Cafi fotografou durante algumas décadas os maracatus do interior de pernambuco, a chamada zona da mata pernambucana. Um dos personagens principais dessa exposição é Mestre Baracho. Ele foi o responsável por um movimento de reconhecimento e valorização da cultura popular pelos centros urbanos e pelo governo, antes mesmo de Mestre Salustiano e de Chico Science. Inclusive, Cafi me contou que o bastão (simbólico o não) usado por Baracho no Maracatu foi dado a Salustiano que por sua vez o entregou a Science.

Pois bem, no domingo a família Baracho foi até o Instituto para conferir a exposição de Cafi. Foi emocionante vê-las perante as fotografias, Dulce e Biu, filhas do mestre, vendo uma das fotografias, reconheceram o pai até pelas costas: aquele ali de costas com o ganzá debaixo do braço é ele! E Biu me cantou uma canção que falava sobre isso, segundo ela, Baracho vivia a caminhar com seu ganzá debaixo do braço... Foi emocionante!

Antes de ver a exposição, nós ensaiamos em pleno Marco Zero. Foi importante trabalhar a concentração (estávamos num dos pontos turísticos de Recife) e com presença de público. Nosso espetáculo é estremamente interativo, nossa roda está onde o público está, será inevitável dar a mão a um estranho e convidá-lo a girar.

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