sexta-feira, 29 de maio de 2009
Sábado: Obra de Terreiro!
Eu e Mestre Luís Paixão encerramos, neste sábado próximo, nossa Residência Artística no Ponto de Cultura de Lia de Itamaracá. O encerramento contará com a apresentação de um trabalho feito por meio da interação das duas oficinas oferecidas nos últimos três meses.
Iniciamos a noite com Obra de Terreiro, uma opereta com a família do Mestre Baracho: Dulce, Biu, suas filhas e netas. Elas têm entre 3 e 65 anos de idade e cantam cirandas e cocôs autorais e de compositores da região. As musicas são coreografadas e falam sobre os temas: tempo, trabalho, universo feminino e a roda. Faz parte da opereta de narrativa não linear, um jogo da improvisação.
Durante a apresentação faremos uma homenagem ao Mestre Baracho por meio da projeção de fotografias de CaFi que acabam de ser expostas no Instituto Cultural Banco Real no Recife.
A opereta Obra de Terreiro termina sua apresentação abrindo os caminhos para a entrada de Mestre Luís Paixão e sua rabeca. Cantamos com ele uma canção de chegada e em seguida abrimos roda para o mergulhão, neste momento todos os participantes das duas oficinas estarão brincando juntos e Seu Luís dá continuidade a apresentação de Cavalo Marinho. O homenageado da vez será Mestre Martelo, o mais antigo e famoso Mateus do Cavalo Marinho que fará 73 anos neste dia.
Sábado, dia 30 de maio de 2009, à partir das 20 horas no Centro Cultural Estrela de Lia, na praia de Jaguaribe na Ilha de Itamaracá. O espaço é aberto e a entrada é gratuita. Venham conferir!!!
Iniciamos a noite com Obra de Terreiro, uma opereta com a família do Mestre Baracho: Dulce, Biu, suas filhas e netas. Elas têm entre 3 e 65 anos de idade e cantam cirandas e cocôs autorais e de compositores da região. As musicas são coreografadas e falam sobre os temas: tempo, trabalho, universo feminino e a roda. Faz parte da opereta de narrativa não linear, um jogo da improvisação.
Durante a apresentação faremos uma homenagem ao Mestre Baracho por meio da projeção de fotografias de CaFi que acabam de ser expostas no Instituto Cultural Banco Real no Recife.
A opereta Obra de Terreiro termina sua apresentação abrindo os caminhos para a entrada de Mestre Luís Paixão e sua rabeca. Cantamos com ele uma canção de chegada e em seguida abrimos roda para o mergulhão, neste momento todos os participantes das duas oficinas estarão brincando juntos e Seu Luís dá continuidade a apresentação de Cavalo Marinho. O homenageado da vez será Mestre Martelo, o mais antigo e famoso Mateus do Cavalo Marinho que fará 73 anos neste dia.
Sábado, dia 30 de maio de 2009, à partir das 20 horas no Centro Cultural Estrela de Lia, na praia de Jaguaribe na Ilha de Itamaracá. O espaço é aberto e a entrada é gratuita. Venham conferir!!!
quinta-feira, 28 de maio de 2009
terça-feira, 26 de maio de 2009
Marco Zero
Neste ultimo domingo fomos ensaiar no Marco Zero.
O Marco Zero, digo o monumento em si, é uma espécie de rosa do ventos bem colorida que fica no chão. De lá podemos avistar o parque de Brennand em cima dos arrecifes, a casa de banhos e do outro lado bem perto dos casarios antigos da cidade, os trilhos dos extintos bondes.
Num desses casarios fica o Instituto Cultural Banco Real onde estão expostas as fotos de Cafi: o céu de pernambuco na terra dos maracatus. Cafi fotografou durante algumas décadas os maracatus do interior de pernambuco, a chamada zona da mata pernambucana. Um dos personagens principais dessa exposição é Mestre Baracho. Ele foi o responsável por um movimento de reconhecimento e valorização da cultura popular pelos centros urbanos e pelo governo, antes mesmo de Mestre Salustiano e de Chico Science. Inclusive, Cafi me contou que o bastão (simbólico o não) usado por Baracho no Maracatu foi dado a Salustiano que por sua vez o entregou a Science.
Pois bem, no domingo a família Baracho foi até o Instituto para conferir a exposição de Cafi. Foi emocionante vê-las perante as fotografias, Dulce e Biu, filhas do mestre, vendo uma das fotografias, reconheceram o pai até pelas costas: aquele ali de costas com o ganzá debaixo do braço é ele! E Biu me cantou uma canção que falava sobre isso, segundo ela, Baracho vivia a caminhar com seu ganzá debaixo do braço... Foi emocionante!
Antes de ver a exposição, nós ensaiamos em pleno Marco Zero. Foi importante trabalhar a concentração (estávamos num dos pontos turísticos de Recife) e com presença de público. Nosso espetáculo é estremamente interativo, nossa roda está onde o público está, será inevitável dar a mão a um estranho e convidá-lo a girar.
O Marco Zero, digo o monumento em si, é uma espécie de rosa do ventos bem colorida que fica no chão. De lá podemos avistar o parque de Brennand em cima dos arrecifes, a casa de banhos e do outro lado bem perto dos casarios antigos da cidade, os trilhos dos extintos bondes.
Num desses casarios fica o Instituto Cultural Banco Real onde estão expostas as fotos de Cafi: o céu de pernambuco na terra dos maracatus. Cafi fotografou durante algumas décadas os maracatus do interior de pernambuco, a chamada zona da mata pernambucana. Um dos personagens principais dessa exposição é Mestre Baracho. Ele foi o responsável por um movimento de reconhecimento e valorização da cultura popular pelos centros urbanos e pelo governo, antes mesmo de Mestre Salustiano e de Chico Science. Inclusive, Cafi me contou que o bastão (simbólico o não) usado por Baracho no Maracatu foi dado a Salustiano que por sua vez o entregou a Science.
Pois bem, no domingo a família Baracho foi até o Instituto para conferir a exposição de Cafi. Foi emocionante vê-las perante as fotografias, Dulce e Biu, filhas do mestre, vendo uma das fotografias, reconheceram o pai até pelas costas: aquele ali de costas com o ganzá debaixo do braço é ele! E Biu me cantou uma canção que falava sobre isso, segundo ela, Baracho vivia a caminhar com seu ganzá debaixo do braço... Foi emocionante!
Antes de ver a exposição, nós ensaiamos em pleno Marco Zero. Foi importante trabalhar a concentração (estávamos num dos pontos turísticos de Recife) e com presença de público. Nosso espetáculo é estremamente interativo, nossa roda está onde o público está, será inevitável dar a mão a um estranho e convidá-lo a girar.
Uma Visita
Neste ultimo sábado tivemos a visita do Ministério da Cultura. Karla, a representante do MINC, veio conhecer o trabalho de Residência Artística que está sendo realizado no ponto de Cultura de Lia de iIamaracá. Foi uma visita interessante, ouvir Karla em relação ao projeto escrito foi especial, nem sempre temos um retorno em relação ao que escrevemos, quem escreve projetos sabe disso. Depois, ouví-la em relação ao trabalho efetivo foi ainda mais especial.
Tenho pra mim que os projetos são expressões um tanto romanticas do nosso desejo, é justo que seja e a prática vem a nos desafiar e a nos transformar também.
Houveram muitas mudanças no decorrer do processo e hoje tenho a segurança de afirmar que essas mudanças somaram muito ao projeto original. Eu havia me programado para trabalhar tecnicas do teatro contemporâneo e foi o que fiz, mas em escalas bem mais sutis. O fato de ter comigo toda a família de Mestre Baracho foi uma bela e desafiadora surpresa, isso siganificava que eu haveria de reorganizar meu cronograma em função de uma demanda diferente: eu possuia a partir de então, alunos que tinham de 3 a 70 anos e a maioria deles tinham a música ritmica como linguagem artística mais acessível. A maioria nunca havia assistido a um espetáculo de teatro ou dança.
Eu deveria então me comunicar com elas por meio dessa linguagem se quisesse ter algum sucesso nessa comunicação, afinal, a confiança delas deveria ser conquistada. Trabalhamos a linguagem básica corporal: equilibrio, transferência de peso, ocupação e equilíbrio espacial, intensão, gesto... Mas tudo isso por meio das canções populares.
Hoje temos uma espécie de opereta, ou o esboço de uma. Estruturamos uma narrativa não linear para CANTAR em coro ou não, os temas que nos interessam: a roda, o tempo, o direito feminino, o trabalho, a brincadeira: Obras de Terreiros das nossas casas, de nossos quintais, locais de trabalho, convivência e brincadeira, lugar do lúdico, lugar da criação.
O verbo criar ganhou prioridade, lugar de destaque durante a oficina. Percebi que apesar de todo o talento delas, havia uma certa dificuldade em relação a CRIAR pois não se sentiam á vontade, elas sempre estavam ao meu dispor para executar minhas supostas ordens. Ordens essas que poucas vezes existiram e que muitas vezes criou um vazio no processo. Veja bem, se existe num espeço específico pessoas dispostas a obedecerem a uma outra que não dá ordens, o que fica é o vazio. Esse vazio foi importante para deflagrar a necessidade de ocupá-lo. E foi assim que aconteceu, aos poucos, elas iam por necessidade lançando idéias, sugestões para ocupar o vazio incômodo. Quando essas sugestões eram lançadas aí sim, idéias minhas iam surgindo, sempre em relação ao que era colocado por elas e assim fomos aprendendo a criar juntas e um diálogo começou a ser estabelecido.
Ruídos, harmonias, silêncios, ritmos, melodias... Sinto que durante muito tempo essas mulheres desenvolveram relações de castração entre si e com os outros e agora é hora de suspendermos isso. Esse terreno circular que pisamos é fertil, nesse nosso Terreiro nascem e morrem coisas a todo instante, aqui o tempo nos serve, ele nos transforma e essa talvez seja nossa principal Obra.
Tenho pra mim que os projetos são expressões um tanto romanticas do nosso desejo, é justo que seja e a prática vem a nos desafiar e a nos transformar também.
Houveram muitas mudanças no decorrer do processo e hoje tenho a segurança de afirmar que essas mudanças somaram muito ao projeto original. Eu havia me programado para trabalhar tecnicas do teatro contemporâneo e foi o que fiz, mas em escalas bem mais sutis. O fato de ter comigo toda a família de Mestre Baracho foi uma bela e desafiadora surpresa, isso siganificava que eu haveria de reorganizar meu cronograma em função de uma demanda diferente: eu possuia a partir de então, alunos que tinham de 3 a 70 anos e a maioria deles tinham a música ritmica como linguagem artística mais acessível. A maioria nunca havia assistido a um espetáculo de teatro ou dança.
Eu deveria então me comunicar com elas por meio dessa linguagem se quisesse ter algum sucesso nessa comunicação, afinal, a confiança delas deveria ser conquistada. Trabalhamos a linguagem básica corporal: equilibrio, transferência de peso, ocupação e equilíbrio espacial, intensão, gesto... Mas tudo isso por meio das canções populares.
Hoje temos uma espécie de opereta, ou o esboço de uma. Estruturamos uma narrativa não linear para CANTAR em coro ou não, os temas que nos interessam: a roda, o tempo, o direito feminino, o trabalho, a brincadeira: Obras de Terreiros das nossas casas, de nossos quintais, locais de trabalho, convivência e brincadeira, lugar do lúdico, lugar da criação.
O verbo criar ganhou prioridade, lugar de destaque durante a oficina. Percebi que apesar de todo o talento delas, havia uma certa dificuldade em relação a CRIAR pois não se sentiam á vontade, elas sempre estavam ao meu dispor para executar minhas supostas ordens. Ordens essas que poucas vezes existiram e que muitas vezes criou um vazio no processo. Veja bem, se existe num espeço específico pessoas dispostas a obedecerem a uma outra que não dá ordens, o que fica é o vazio. Esse vazio foi importante para deflagrar a necessidade de ocupá-lo. E foi assim que aconteceu, aos poucos, elas iam por necessidade lançando idéias, sugestões para ocupar o vazio incômodo. Quando essas sugestões eram lançadas aí sim, idéias minhas iam surgindo, sempre em relação ao que era colocado por elas e assim fomos aprendendo a criar juntas e um diálogo começou a ser estabelecido.
Ruídos, harmonias, silêncios, ritmos, melodias... Sinto que durante muito tempo essas mulheres desenvolveram relações de castração entre si e com os outros e agora é hora de suspendermos isso. Esse terreno circular que pisamos é fertil, nesse nosso Terreiro nascem e morrem coisas a todo instante, aqui o tempo nos serve, ele nos transforma e essa talvez seja nossa principal Obra.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Um ponto vazio, será?
O encontro de domingo aconteceu.
Dulce, Biu, Taciana, Talita, Alice, Sulamita, Janaína, Maria de Fátima, Aniele, Aline, Marcílio e a pequena Juliana.
Toda a família Baracho veio ao nosso penúltimo encontro, remarcado às presas, de última hora, logo após o imprevisto que não permitiu que nosso ensaio de sábado ocorresse normalmente. Estavam todas ainda assustadas com o ocorrido no dia anterior. Um clima de desconfiança e medo pairava no ar e o desconforto foi geral.
Elas moram na cidade de Abreu e Lima e de lá para Itamaracá levam, assim como eu 2 horas de viagem. Até então, o Ponto de Cultura estava arcando com esse transporte, isso fazia parte de um acordo entre eles, elas colaboravam com a programação do Centro Cultural Estrela de Lia. A rotina era assim: elas chegavam as 9h para a minha oficina, as 15h faziam a oficina de Cavalo Marinho de Seu Luís Paixão e à noite cantavam com Lia. No dia seguinte, elas faziam pela manhã uma oficina de percussão e ao meio dia realizam um show com suas cirandas. Assim foi de durante um mês e meio.
Estavam super felizes e radiantes!!! Até que neste sábado o Ponto de Cultura (o ponto de cultura o centro cultural neste caso são a mesma coisa) não enviou o transporte e cancelou a oficina de percussão e o show de domingo alegando que os gastos estavam muito altos: comida, água, transporte... Baixa temporada, pouco movimento no bar... De uma hora para outra elas ficaram sabendo que não poderiam terminar os ensaios de nosso espetáculo e que por conta disso não haveria mais estréia nem comigo e nem com Seu Luíz Paixão.
Eu vim a saber dessa estória no sábado assim que cheguei para o ensaio, assim que vi que não havia ninguém.
Fui chamada para conversar com o responsável pelo ponto de Cultura que alegou que não haveria mais a programação referente a família Baracho por falta de verba. Segundo ele, o Ponto ainda não recebeu a última parcela... Conversa vai, conversa vem... Muitas reclamações das mais diversas origens... Pronto, o impasse: por ele as atividades acabariam ali mesmo, afinal, estávamos há duas semanas do final do projeto, não é mesmo?
NÃO. Definitivamente, não. Eu não poderia desistir de um projeto que dá certo. Não poderia deixar de finalizar um processo de criação onde as pessoas envolvidas aprendem a cada encontro a ter autonomia em relação a sua criação!
Informei ao responsável pelo Ponto de Cultura que meu trabalho continuaria até o final e pedi que ele me permitisse ensaiar naquele domingo no espaço de sempre. Liguei para Dulce e para Bíu e perguntei a elas se tinham disponibilidade e se gostariam de dar procedimento aos nossos ensaios, apesar do ocorrido, prôpus um encontro naquele domingo, agendamos o horário, ligamos para o motorista da kombi, acertei com ele o preço do serviço.
Pois bem, no domingo estávamos todas lá, confesso, um tanto despedaçadas. Nos sentimos bastantes desrespeitadas, tínhamos algo atravessado na garganta. Mas lá estávamos , uma perante a outra, com os olhos cheio de lágrimas, mas firmes e com muitas coisas para ensaiar!
Agradeço ao percussionista Viola pela presença neste domingo tão difícil. Agradeço a Dulce e a Bíu por não terem desistido, confesso, naquele momento esse era o meu único medo.
Dulce, Biu, Taciana, Talita, Alice, Sulamita, Janaína, Maria de Fátima, Aniele, Aline, Marcílio e a pequena Juliana.
Toda a família Baracho veio ao nosso penúltimo encontro, remarcado às presas, de última hora, logo após o imprevisto que não permitiu que nosso ensaio de sábado ocorresse normalmente. Estavam todas ainda assustadas com o ocorrido no dia anterior. Um clima de desconfiança e medo pairava no ar e o desconforto foi geral.
Elas moram na cidade de Abreu e Lima e de lá para Itamaracá levam, assim como eu 2 horas de viagem. Até então, o Ponto de Cultura estava arcando com esse transporte, isso fazia parte de um acordo entre eles, elas colaboravam com a programação do Centro Cultural Estrela de Lia. A rotina era assim: elas chegavam as 9h para a minha oficina, as 15h faziam a oficina de Cavalo Marinho de Seu Luís Paixão e à noite cantavam com Lia. No dia seguinte, elas faziam pela manhã uma oficina de percussão e ao meio dia realizam um show com suas cirandas. Assim foi de durante um mês e meio.
Estavam super felizes e radiantes!!! Até que neste sábado o Ponto de Cultura (o ponto de cultura o centro cultural neste caso são a mesma coisa) não enviou o transporte e cancelou a oficina de percussão e o show de domingo alegando que os gastos estavam muito altos: comida, água, transporte... Baixa temporada, pouco movimento no bar... De uma hora para outra elas ficaram sabendo que não poderiam terminar os ensaios de nosso espetáculo e que por conta disso não haveria mais estréia nem comigo e nem com Seu Luíz Paixão.
Eu vim a saber dessa estória no sábado assim que cheguei para o ensaio, assim que vi que não havia ninguém.
Fui chamada para conversar com o responsável pelo ponto de Cultura que alegou que não haveria mais a programação referente a família Baracho por falta de verba. Segundo ele, o Ponto ainda não recebeu a última parcela... Conversa vai, conversa vem... Muitas reclamações das mais diversas origens... Pronto, o impasse: por ele as atividades acabariam ali mesmo, afinal, estávamos há duas semanas do final do projeto, não é mesmo?
NÃO. Definitivamente, não. Eu não poderia desistir de um projeto que dá certo. Não poderia deixar de finalizar um processo de criação onde as pessoas envolvidas aprendem a cada encontro a ter autonomia em relação a sua criação!
Informei ao responsável pelo Ponto de Cultura que meu trabalho continuaria até o final e pedi que ele me permitisse ensaiar naquele domingo no espaço de sempre. Liguei para Dulce e para Bíu e perguntei a elas se tinham disponibilidade e se gostariam de dar procedimento aos nossos ensaios, apesar do ocorrido, prôpus um encontro naquele domingo, agendamos o horário, ligamos para o motorista da kombi, acertei com ele o preço do serviço.
Pois bem, no domingo estávamos todas lá, confesso, um tanto despedaçadas. Nos sentimos bastantes desrespeitadas, tínhamos algo atravessado na garganta. Mas lá estávamos , uma perante a outra, com os olhos cheio de lágrimas, mas firmes e com muitas coisas para ensaiar!
Agradeço ao percussionista Viola pela presença neste domingo tão difícil. Agradeço a Dulce e a Bíu por não terem desistido, confesso, naquele momento esse era o meu único medo.
domingo, 17 de maio de 2009
Um Ponto Vazio
Para a minha surpresa, cheguei ontem no Ponto de Cultura de Lia e ele estava vazio. Vazio de gente, de sorrisos, de abraços, de olhares... Neste sábado, diferente dos outros não havia ninguém a minha espera. A família Baracho, assim como eu acordou cedo, se preparou, mas diferente de mim, não conseguiu chegar lá. O transporte oferecido a ela pelo Ponto de Cultura não a trouxe e eu me deparei com o vazio.
O problema prático alegado que pode vir a ser a falta de dinheiro do ponto de cultura para o transporte foi resolvido logo após uma conversa sobre valores onde eu me responsabilizei em arcá-los, mas o maior dos problemas não poderá ser resolvido assim, infelizmente.
O problema prático alegado que pode vir a ser a falta de dinheiro do ponto de cultura para o transporte foi resolvido logo após uma conversa sobre valores onde eu me responsabilizei em arcá-los, mas o maior dos problemas não poderá ser resolvido assim, infelizmente.
Hoje é um novo dia, um domingo de sol. Estou a caminho de Itamaracá na tentativa de realizar o encontro que não fizemos ontem e quando chegar espero encontrar novamente, sem maiores abalos, o sorriso que me move.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
O Pião entrou na Roda!
Rafaela e Léo são irmãos. Eles são duas das crianças que andam pelas redondezas do Ponto de Cultura observando os nossos encontros, mas que nunca participaram. No ultimo sábado percebi que, num cantinho perto da arena, os dois estavam cantarolando uma das canções que ensaiamos. Cheguei pertinho bem devagar e sem ser percebida parei para ouví-los e fotografá-los. Foi uma questão de segundos, eles logo me perceberam e já posaram para a foto. Então, sentei do lado deles pra bater um papo e Léo me contou que eles gostaram da cantiga que cantarolavam, tanto que ensaiaram em casa a coreografia. Rafaela abriu um sorriso e quando ia me dizendo algo, Léo interrompeu: a Lela não sabe direito, tem que aprender! (referindo-se a sua irmã) Rafaela olhou o irmão de cara feia e disse: É mentira eu sei tudinho, quer ver? Foi aí que eu descobri que os dois sabiam a música e a coreografia interiras só de ouvir e observar nossos ensaios.
Lela e Léo estão convidados a participar da oficina com a gente. Me garantiram que chegariam no próximo sábado as 9 da manhã. Eu os aguardo de braços abertos, afinal, essas crianças se deixaram fisgar pela comoção, pela brincadeira, pelo roda pião!
Lela e Léo estão convidados a participar da oficina com a gente. Me garantiram que chegariam no próximo sábado as 9 da manhã. Eu os aguardo de braços abertos, afinal, essas crianças se deixaram fisgar pela comoção, pela brincadeira, pelo roda pião!
quarta-feira, 6 de maio de 2009
terça-feira, 5 de maio de 2009
Obra!
Deixo aqui um trecho do relatório escrito por mim para a Funarte referente ao trabalho desenvolvido no mês de abril de 2009 no Ponto de Cultura de Lia de Itamaracá. Um relato da minha relação com minhas alunas: filhas, netas e bisnetas de Baracho.
Meu trabalho muitas vezes é silêncioso, exige concentração e superação. É Ouvir, sugerir possibilidades que estimulam a criação. Criar com elas e vê-las criar é meu obejtivo e o que venho fazendo nesses dois meses é tentar lhes oferecer instrumentos novos e condições físicas e criativas para que possam fazer isso.
Durante nosso último encontro, elas se mostraram mais seguras. se sentiram mais autônomas. Chegamos agora em um momento muito fértil do projeto, estamos trabalhando de igual para igual.
Assinar:
Postagens (Atom)